Bispos Jubilandos, alterações no episcopado, Palavra de Deus é tema do retiro dos bispos
O arcebispo de Vitória (ES), dom Luís Mancilha Vilela, íSSCC, presidiu a missa da 49ª Assembleia Geral da CNBB, no sábado, 7, que homenageou os bispos que completam 25 ou 50 anos de ministério presbiteral ou episcopal. A celebração começou às 7h30 com o Santuário Nacional de Aparecida lotado de romeiros, devotos de Nossa Senhora Aparecida.
Dom Luís Mancilha, na homilia, exortou os fieis a cuidarem de sua vida de oração. “Oração não é intimismo, mas encontro profundo com o Senhor”, disse. Todos nós, especialmente nós bispos, temos como nossa primeira tarefa ser orantes, ser homens de Deus”, acrescentou.
O arcebispo recordou, ainda, que a Palavra de Deus deve ocupar o centro da vida dos cristãos. “Devemos colocar a centralidade de nossa vida na Palavra de Deus que nos educa, nos forma e é a luz de nossa vida, do nosso caminho”, enfatizou. “A Palavra de Deus dá força na nossa missão e nos ensina a abrir o coração para Deus”.
Dom Luís disse, ainda, que o cristão não precisa ter medo porque “quem nos conduz é Jesus que disse ‘Não tenhais medo’”. “Ser cristão não é um oba, oba, mas implica na participação da vida de Cristo, consciente de que Ele está conosco e dirige a Igreja”, acentuou.
Os bispos têm duas sessões de trabalho na manhã deste sábado e, à tarde, entram de retiro espiritual. As sessões de trabalho serão retomadas somente na segunda-feira.
Entre 5 de maio de 2010 e 27 de abril de 2011 houve 66 alterações no episcopado brasileiro. As nomeações foram 20, sendo três para o Regional Leste 1 (Rio de Janeiro); três para o Regional Nordeste 5 (Maranhão); três para o Norte 1 (Norte do Amazonas e Roraima); duas para o Regional Nordeste 1 (Ceará); mais duas para o Sul 3 (Rio Grande do Sul); e uma para cada um dos Regionais Leste 2 (Espírito Santo e Minas Gerais), Sul 1 (São Paulo), Sul 2 (Paraná) e Norte 2 (Pará e Amapá). Foi nomeado ainda um bispo auxiliar para o Ordinariado Militar do Brasil e um bispo do ordinário para os fiéis de Rito Oriental sem Ordinário próprio.
As transferências foram 13. Sul 4 (Santa Catarina) e Leste 2 (Espírito Santo e Minas Gerais), foram os Regionais que mais receberam transferências com três cada um. Em seguida receberam duas transferências os Regionais Nordeste 3 (Bahia e Sergipe) e Sul 2 (Paraná). Sul 1 (São Paulo) e Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás e Tocantins) receberam uma transferência cada.
De 5 de maio de 2010 até 23 de fevereiro de 2011, aconteceram as seguintes renúncias no episcopado: Maranhão (Regional Nordeste 5) e Paraná (Regional Sul 2) tiveram o maior número com três renúncias. O Rio de Janeiro (Leste 1) teve duas e seis Regionais (Sul 4, Nordeste 3, Sul 1, Norte 2, Leste 1 e Centro-Oeste) tiveram uma renúncia cada.
Faleceram 11 bispos em sete Regionais. No Nordeste 2, Sul 1, Nordeste 3, Centro-Oeste perderam dois bispos cada um. Norte 1, Leste 2, e Nordeste 5 tiveram um falecimento cada.
Foram criadas duas novas dioceses: a de Salgueiro (PE) que tem dom frei Magnus Henrique Lopes como bispo e de Camaçari (BA) que tem dom João Carlos Petrini. Em abril deste ano foram criadas também três novas províncias eclesiásticas no Rio Grande do Sul. A arquidiocese de Santa Maria que abrange as dioceses de Uruguaiana, Cruz Alta, Santo Ângelo, Santa Cruz do Sul e Cachoeira do Sul. A arquidiocese de Passo Fundo, província que abrange as dioceses de Vacaria, Frederico Westphalen e Erexim e a província de Pelotas que compreende as dioceses de Bagé e Rio Grande.
Ainda no Regional Sul a arquidiocese de Porto Alegre foi desmembrada ficando a Província composta das dioceses de Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Osório e Montenegro.
A Igreja no Brasil teve também a criação de um novo cardeal, dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP) e a transferência para a Cúria Romana de dom João Braz de Aviz que era arcebispo de Brasília e agora é prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.
Os bispos da 49ª Assembleia da CNBB fizeram uma pausa em seus trabalhos e começaram, seu retiro espiritual, que se estende até o meio dia de amanhã (9). Marcado pelo silêncio e pela oração, o retiro é orientado pelo prefeito da Congregação para os Bispos, cardeal Marc Oullet.
O cardeal foi acolhido pelo presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, que lhe manifestou a alegria do episcopado brasileiro por ter aceito o convite para orientar seu retiro durante a Assembleia. Dom Marc Ouellet retribuiu o agradecimento e falou de seu contentamento em voltar a Aparecida onde participou em 2007, da V Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe.
A primeira meditação feita pelo cardeal teve como tema “A Palavra de Deus e o ministério profético do bispo”, abordado sob três aspectos: analogia da Palavra de Deus; o Espírito Santo e o serviço da Palavra e o bispo, servidor da Palavra.
Segundo o cardeal, a Palavra de Deus é uma, mas comporta uma diversidade de expressões “que procedem todas do fato de que Deus fala desde sempre e de diversas maneiras”.
“A Palavra de Deus designa a pregação viva da Igreja que toca os corações, além de seu testemunho escrito, que é consignado na bíblia sob a forma de dois testamentos”, disse o cardeal Marc Ouellet.
O cardeal lembrou, ainda, que é preciso valorizar mais a assistência do Espírito Santo na explicação da Palavra de Deus. “Talvez fiquemos tentados a deixar a explicação da Sagrada Escritura aos especialistas e a subestimar o carisma de interpretação que nos é dado como bispos. Não raro, uma atitude dessas se condiciona a um déficit mais geral de pneumatologia na formação dos clérigos e dos fiéis”, sublinhou.
O orientador do retiro recordou, também, que o Vaticano II restaurou o ministério da Palavra como primeira tarefa do bispo e do padre. “Agora dispomos de novos conhecimentos bíblicos que podem ajudar a predicação. Mas os conhecimentos não são suficientes para fazer um bom ministro da Palavra. É preciso o sopro de amor e a disponibilidade de Maria para se deixar possuir pela Palavra”, enfatizou.
Para o cardeal, Maria é exemplo de que sabe acolher a Palavra de Deus e se torna inspiração para o ministério profético do bispo. “O ministério profético do bispo tem raízes na mesma atitude mariana de escuta, de acolhida e de disponibilidade contemplativa que deixa agir o espírito. Mas ele requer também o estudo e o aprofundamento teológico da Palavra de Deus”, acentuou.
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