Muitos assuntos: Celebração da Assembleia, Semana social, Usina de Belo Monte, Revisão do Missal Romano, Família, Eméritos,
7º Mutirão Brasileiro de Comunicação e Retiro dos Bispos
Dom Gílio Felício
A missa da 49ª da Assembleia da CNBB desta sexta-feira, 6, lembrou o ano Internacional dos Afro-descendentes, proclamado em janeiro pela ONU. A celebração foi presidida pelo bispo de Bagé (RS), dom Gílio Felício, tendo como concelebrantes principais os bispos negros.
Em sua homilia, dom Gílio destacou a Palavra de Deus proclamada na liturgia e o trabalho da Igreja na defesa dos direitos dos afro-descentes.
“Em sua missão de advogada da justiça e dos pobres, a Igreja se faz solidária aos afroamericanos nas suas reivindicações pela defesa dos seus territórios, na afirmação de seus direitos, na cidadania, nos projetos próprios de desenvolvimento e consciência de negritude”, disse dom Gílio.
“A Igreja, com sua pregação, precisará ajudar para que as feridas culturais injustamente sofridas injustamente sofridas na história dos afroamericanos não absorvam nem paralisem a partir do seu interior, o dinamismo de sua personalidade, de sua identidade étnica, de sua memória cultural e de seu desenvolvimento social nos novos cenários que se apresentam”, completou o bispo.
HOMILIA DE DOM GÍLIO FELÍCIO, BISPO DE BAGÉ (RS)
Saudação, 49ª As.Bispos.
Eminentíssimo Cardeal Dom Damasceno, arcebispo da Arquidiocese de Aparecida, na pessoa do qual saúdo a todos os cardeais; Arcebispos e bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas; queridos irmãos e irmãos, aqui no templo e acompanhando-nos pelos meios de comunicação social.....
4. O \horizonte dos bispos e fiéis...
1. Meus irmãos e minhas irmãs, em Nosso Senhor Jesus Cristo...
A palavra de Deus
A multidão seguia Jesus porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. Jesus viu a multidão faminta que vinha ao seu encontro em busca de vida e com pequenas habilidades e singelos dons realiza o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Jesus não decepciona. Ele veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância.
Ele é o sacramento maior do amor de Deus.
Em Cristo, a caridade na verdade torna-se o Rosto da sua Pessoa, uma vocação a nós dirigida para amarmos os nossos irmãos na verdade do seu projeto.
Ele testemunhou a caridade na verdade, com a sua vida terrena e sobretudo com a sua morte e ressurreição, apresentando-se como a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira”. Sem mim nada podeis fazer. Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
Na primeira leitura de hoje, vimos que os apóstolos compreenderam isso, tocaram o coração de Gamaliel e, mesmo depois das torturas, promovidas pelo Sinédrio, manifestaram alegria por terem sido dignos de injúrias por causa do nome de Jesus. E cada dia, no templo e pelas casas, não cessavam de ensinar e anunciar o evangelho de Jesus. Aceitaram colocar seus pães e peixes, o corpo e a alma, a serviço do Reino de Deus.
Nesta liturgia Eucarística, estamos celebrando o mistério Pascal de Cristo, nela poderemos nos tornar, melhores discípulos missionários, DELE, para atender as multidões com fome de pão, de perdão, de desenvolvimento, de justiça e paz...Fome e sede de Deus.
O Documento da V Conferência da América Latina e do Caribe, elaborado aqui no Santuário de Aparecida, afirma que “O seguimento de Jesus no continente passa também pelo reconhecimento dos afro-americanos como desafio que nos interpela para viver o verdadeiro amor a Deus e ao próximo. Ser discípulos missionários significa assumir a atitude de compaixão e cuidado do Pai, que se manifestam na ação libertadora de Jesus.
Por isso a Igreja denuncia a prática da discriminação e do racismo em suas diferentes expressões, pois ofende no mais profundo a dignidade humana criada “à imagem e semelhança de Deus”.
Em sua missão de advogada da justiça e dos pobres, a Igreja se faz solidária aos afro-americanos nas reivindicações pela defesa dos seus territórios, na afirmação de seus direitos, na cidadania, nos projetos próprios de desenvolvimento e consciência de negritude.
A Igreja, com sua pregação, vida sacramental e pastoral, precisará ajudar para que as feridas culturais injustamente sofridas na história dos afro-americanos, não absorvam, nem paralisem a partir do seu interior, o dinamismo de sua personalidade, de sua identidade étnica, de sua memória cultural e de seu desenvolvimento social nos novos cenários que se apresentam.
A decisão da ONU, de proclamar 2011 como o Ano Internacional dos Afrodescendentes, tem perfeita sintonia com as diversas manifestações do Beato Papa João Paulo II, que na terceira visita ao Brasil, em 1997, assim falou: “Esses Brasileiros de origem africana merecem, tem direito e podem, com razão pedir e esperar, o máximo respeito aos traços fundamentais de sua cultura que continuem a enriquecer a cultura da nação como cidadãos a pleno título”.
Que o nosso João de Deus, Beato João Paulo II, junto à Nossa Senhora Aparecida, interceda por nós, para que a opção preferencial pelos pobres jamais esqueça o clamor do povo negro.
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O plenário da 49ª Assembleia da CNBB aprovou por unanimidade a realização da 5ª Semana Social Brasileira (SSB). Na argumentação em defesa da SSB, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz, dom Pedro Luiz Stringhini, lembrou a atualidade da Semana devido às reformas do Estado em discussão no país.
“A Comissão acredita ser oportuna uma Semana Social Brasileira no atual contexto de reformas estruturais do Estado Brasileiro, pautadas pela sociedade civil e pela própria CNBB no seu documento Por uma reforma do Estado com participação democrática”, defendeu dom Pedro.
Segundo dom Pedro, um dos objetivos da SSB é ajudar na reflexão e participação do povo na democratização do Estado. “A democracia plena se dá onde a liberdade política convive com a igualdade social. O Brasil percorreu um bom caminho no que se refere à liberdade política, no entanto, a respeito da igualdade social, o país está distante de atingi-la, apesar dos esforços”, disse.
Segundo dom Pedro, um dos objetivos da SSB é ajudar na reflexão e participação do povo na democratização do Estado. “A democracia plena se dá onde a liberdade política convive com a igualdade social. O Brasil percorreu um bom caminho no que se refere à liberdade política, no entanto, a respeito da igualdade social, o país está distante de atingi-la, apesar dos esforços”, disse.
íntegra da apresentação:
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL49ª Assembléia Geral Aparecida-SP, 04 a13 de maio de 2011 |
5ª Semana Social Brasileira
A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz informa a 49ª AG sobre o projeto de realização da 5ª Semana Social Brasileira, que visa desencadear reflexões e ações para suscitar a participação do povo no processo de democratização do Estado brasileiro em sintonia com a missão evangelizadora da Igreja no Brasil. Após reflexão junto ao CONSEP e ao Conselho Permanente, a Comissão acredita ser oportuna uma Semana Social Brasileira no atual contexto de reformas estruturais do Estado Brasileiro, pautadas pela sociedade civil e pela própria CNBB no seu documento Por uma reforma do Estado com participação democrática.
Histórico
As Semanas Sociais são parte da ação evangelizadora da Igreja. A Primeira Semana Social Brasileira foi realizada em 1991, de 03 a 08 de novembro. Tinha a finalidade específica de celebrar, no Brasil, os cem anos da Rerum Novarum. Seu tema central foi o Mundo do Trabalho, Desafios e Perspectivas. O momento nacional foi preparado e precedido por doze Semanas Regionais, que sinalizaram fortemente a dinâmica de participação diversificada no seu processo.
A Segunda Semana Social teve inicio em meados de 1992, com dois anos de realização, culminando com grande evento nos dias 24 a 29 julho de 1994. Seu tema central foi Brasil - Alternativas e Protagonistas. Sua repercussão nacional se deu, sobretudo, pelo debate com os presidenciáveis, às vésperas da campanha eleitoral daquele ano.
A Terceira Semana Social Brasileira ampliou para três anos seu tempo de duração, coincidindo com o tríduo de preparação para o Jubileu do ano 2000, e assumindo sua temática central em torno da questão do “perdão das dívidas”, com a proposta de Resgate das Dívidas Sociais - Justiça e Solidariedade na construção de uma sociedade democrática.
A Quarta Semana Social, realizada entre 2004 e 2006 com o tema Mutirão por um Novo Brasil, multiplicou-se em 268 Semanas Sociais em todo país. A reflexão acumulada e a estratégia da articulação das forças sociais contribuíram para que mais de 40 entidades sociais se unissem na construção de um Projeto para o Brasil. Este projeto teve a colaboração de centenas de assembléias populares realizadas em todas as regiões do Brasil e hoje é referência na defesa e universalização dos direitos sociais.
A França já celebrou o centenário na realização de Semanas Sociais. A Itália realizou a sua 46ª semana social em outubro de 2010. Segundo Bento XVI, a Semana Social trouxe uma agenda positiva para todos através do Tema: A Igreja e o Sul da Itália. Mesmo com formatos diferenciados, as semanas sociais articulam as forças populares e intelectuais para debater questões sóciopolíticas relevantes e traçar perspectivas para o seu país, baseadas no Ensino Social da igreja.
Uma nova Semana Social Brasileira tem como primeira referência a experiência das semanas anteriores, com a clara consciência de que não se trata de repetir fórmulas.
Missão evangelizadora das Semanas Sociais
Participar da construção de uma sociedade justa e solidária faz parte da ação evangelizadora da Igreja no Brasil. O Concílio Vaticano II afirma que a comunidade dos discípulos, que é a Igreja, está no mundo e sua missão consiste em ser sinal e instrumento do Reino de Deus em seu meio. A Constituição Pastoral Gaudium et Spes, ao abordar sobre a Igreja no mundo de hoje, retoma intensamente o conceito teológico dos sinais dos tempos. Discernir os sinais verdadeiros do projeto de Deus para os tempos de hoje (cf. GS n° 11).
E ainda: a primeira missão que Jesus confiou à sua Igreja não é de ordem social, política ou econômica, mas de ordem religiosa. Porém, desta dimensão religiosa, pode a Igreja extrair força e luz para ajudar a organizar a sociedade humana em seus aspectos políticos, sociais e econômicos, de acordo com os mandamentos da lei de Deus (GS 42).
A Conferência de Aparecida destaca alguns campos prioritários e tarefas urgentes para a missão dos discípulos de Jesus Cristo no hoje da América latina e do Caribe: Justiça social, dignidade humana, opção pelos pobres e excluídos, renovada pastoral social, globalização da solidariedade e justiça internacional cuidado com os rostos sofredores que doem em nós (DAp, 380 a 430).
Temática: Democratização do Estado
No dia 11 de março de 2010 O Conselho Permanente da CNBB aprovou o documento de numero 91 cujo título é: Por uma reforma do Estado com participação democrática. O documento apresenta um projeto de sociedade que o povo brasileiro é conclamado a construir: “É urgente, porém, neste momento da história do nosso País, promover uma firme mobilização pelas reformas políticas que abram caminho para uma profunda reforma do Estado Brasileiro. Uma reforma que vá, portanto, bem além das meras mudanças de regras de funcionamento de nossa democracia tal como atualmente se estrutura em nosso país. Dentro desta perspectiva, a CNBB conclama os irmãos e irmãs brasileiros a realizar uma profunda e crítica análise das atuais instituições políticas e identificar o que nelas pode ser modificado ou criado de novo, para que o estado não esteja a serviço dos interesses produtivistas e consumistas, dentro e fora do Brasil, mas esteja efetivamente a serviço do Bem Comum e da dignidade das grandes maiorias nacionais” (CNBB, Documento 91, n. 110).
A democracia plena se dá onde a liberdade política convive com a igualdade social. O Brasil percorreu um bom caminho no que se refere à liberdade política, no entanto, a respeito da igualdade social, o país está distante de atingi-la, apesar dos esforços. Atualmente, o Brasil precisa considerar alguns aspectos importantes para discutir a democracia: o aprimoramento das instituições do Estado; a superação da pobreza que priva vastos contingentes da população das condições mínimas para o exercício da cidadania; o desafio mundial da globalização que tornou os Estados dos países periféricos frágeis diante das grandes corporações mundiais, sobrepondo interesses econômicos de empresas ao poder da decisão democrática dos países. Segundo Bento XVI, “Atualmente, o Estado encontra-se na situação de ter de enfrentar as limitações que lhe são impostas à sua soberania pelo novo contexto econômico, comercial e financeiro internacional. Este novo contexto alterou o poder político dos Estados”. (Caritas in Veritate, n.24). Algumas destas temáticas serão estudadas e debatidas durante a 5ª. SSB.
· Democratização do sistema político: Reforma política, mudanças no sistema eleitoral e garantias da participação popular regulamentando o art. 14 da Constituição: plebiscito, referendo, projetos de lei de iniciativas popular.
· Democratização da economia: orçamento participativo e participação na riqueza do país, justa distribuição de renda, reforma tributária progressiva, transparência e controle da prestação das contas públicas.
· Democratização da gestão das políticas públicas: participação ativa da sociedade civil nos processos de formulação e no controle social da execução - Conferências e Conselhos.
· Democratização da Gestão da assistência e seguridade social como viabilização do acesso aos direitos sociais e participação da sociedade civil na gestão da solidariedade social através de marcos regulatórios.
Objetivos
· Mobilizar as comunidades eclesiais, os movimentos, as pastorais, os organismos e as forças sociais para refletir sobre as estruturas sociais, políticas e econômicas do Estado Brasileiro e participar do processo de sua democratização.
· Promover a participação dos pobres e excluídos na construção de um país justo, democrático, solidário e sustentável.
· Firmar propostas e compromissos em prol da prática efetiva da democracia, apresentando uma agenda de participação social e política positiva para o País.
Ações
· Incentivar o estudo do documento 91 da CNBB, Por uma reforma do Estado com participação democrática, para novas e eficazes práticas de controle social e político.
· Resgatar as conquistas e os desafios, que marcam as práticas das pastorais e movimentos sociais como agentes de transformação social e política.
· Celebrar os avanços da democracia no país, resgatando a participação das organizações da sociedade civil e das Igrejas.
· Realizar Seminários para aprofundamento e sistematização de práticas exitosas das Igrejas e dos movimentos sociais na construção de uma sociedade justa, democrática, solidária e sustentável.
· Estimular ações locais e regionais que contribuam para a participação das comunidades e pastorais em parceria com organizações sociais e outras confissões religiosas em vista dos objetivos da SSB.
Atores envolvidos
Comunidades, Pastorais, Centro Nacional de Fé e Política (CEFEP), Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), demais organismos e movimentos eclesiais, a Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil (CRB), o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC), os movimentos sociais, as universidades e demais organizações e instituições da sociedade.
Aparecida, SP. 04 de maio de 2011.
Dom Pedro Luiz Stringhini Bispo de Franca, SP e Presidente da Comissão | Ir. Delci Maria Franzen Assessora |
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“Luto contra Belo Monte há 30 anos”, disse o bispo da prelazia do Xingu, dom Erwin Krautler, na terceira coletiva de imprensa, realizada na tarde desta sexta-feira, 7, em Aparecida (SP). O bispo reafirmou mais uma vez a sua opinião contrária a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo erguida no rio Xingu, no estado do Pará. O bispo disse que o atual governo brasileiro não está se preocupando com as causas indígenas.
“Desde o Governo passado a causa indígena não é levada a sério. Pelo que percebo a atual presidência também não está ligando muito, pois ignora insistentemente os nossos apelos e as nossas cartas. Desde 1982, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), do qual sou presidente, é o braço indigenista da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Graças a Deus estamos lutando pela causa indígena, e a CNBB nos apóia e endossa a nossa luta, porque é uma instituição que valoriza a vida”, disse dom Erwin citando o apoio da CNBB contra a construção de Belo Monte.
Dom Erwin Krautler apresentou também um balaço de ameaças das causas indígenas que o CIMI está, segundo o bispo, preocupado. “Há 182 terras indígenas ameaçadas no Brasil por todos os tipos de atrocidades. 108 povos estão em estado crítico. O projeto de Belo Monte prevê a construção de uma barragem principal no rio Xingu, localizada a 40 km abaixo da cidade de Altamira (PA), da qual sou bispo. Se isso acontecer, 1/3 da cidade ficará embaixo d’água caso ‘Belo Monstro’ seja construída. O Governo precisa nos ouvir”, enfatizou.
O bispo ressaltou que não está só nesta “luta”. Para o bispo prelado do Xingu, tanto ele quanto a sociedade civil e organismos internacionais estão sendo sistematicamente ignorados. “A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) solicitou oficialmente que o Governo brasileiro suspenda imediatamente o processo de licenciamento e construção do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte, citando o potencial prejuízo da construção da obra aos direitos das comunidades tradicionais da bacia do rio Xingu. Tenho a total convicção e estudo de renomados professores e instituições internacionais que Belo Monte dará um prejuízo, não apenas ecológico, humano, social e cultural, como também financeiro”, finalizou dom Erwin Krautler.
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Dom Sérgio Aparecido Colombo, bispo de Bragança Paulista (SP), e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB, falou, hoje, 6, na Coletiva de Imprensa da 49ª Assembleia Geral da CNBB, sobre assuntos ligados a liturgia, destacando a revisão que está sendo feita do Missal Romano.
“O Missal Romano é o livro por excelência, ao lado do Lecionário, que contém todas as orações e celebrações da eucaristia. Então estamos revisando todo o Missal Romano, os bispo estão aos poucos lendo e fazendo suas considerações, depois enviamos a Roma, para a Santa Sé, para que ela faça então a aprovação final e passe a ser vigorado esse novo Missal”, disse dom Sérgio.
O bispo de Bragança Paulista destacou também as celebrações dos 50 anos do Concílio Vaticano II. Segundo ele, está sendo preparado um seminário para o próximo ano que marcará a data.
Dom Sérgio destacou ainda o trabalho feito pela Comissão de Liturgia da CNBB que está desenvolvendo um subsídio que versa sobre os espaços litúrgicos contemporâneos. “Para facilitar o mistério, a equipe da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia está elaborando um subsídio que fala dos espaços ideais para os templos de hoje, do nosso tempo. Templos que favoreçam o encontro pessoal com Jesus Cristo, de acordo com as novas mentalidades e a nova realidade”.
As celebrações dos 50 anos do Concílio Vaticano II também foi destaque na fala do bispo. Segundo ele, está se preparando um seminário nacional que estudará o documento Sacrosanctum Concilium. “O Concílio Vaticano II, foi um evento que mudou os rumos da nossa Igreja, então estamos preparando um grande seminário sobre o documento Sacrosanctum Concilium, que deu um novo horizonte para a celebração do mistério de Cristo na Igreja a partir do tempo. Documento este que influenciou depois um grande documento que fala da própria Igreja, a Lumen Gentium e também a constituição Dei Verbum, sobre a Palavra de Deus. Então está havendo todo um trabalho de estudo e conhecimento sobre esses documentos.
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O membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo de Camaçari (BA), dom João Carlos Petrini, convidou na coletiva de imprensa desta sexta-feira, 6, as famílias de todo o Brasil para participarem da 3ª Peregrinação da Família a Aparecida (SP), que acontece nos próximos dias 28 e 29 de maio. As duas primeiras Peregrinações das Famílias a Aparecida receberam 150 mil pessoas cada uma.
O bispo explicou que a Peregrinação é a “oportunidade de aprofundar e compreender mais o significado de família” e que no evento as famílias encontram “o caminho que corresponde à felicidade para viver com beleza o significado dos diversos aspectos da vida”. Dom Petrini lembrou ainda que cuidar das famílias é uma das preocupações centrais da Igreja.
A Igreja, segundo o bispo tem se preocupado “nas paróquias e comunidades” com os valores da família. Ele comentou que nas comunidades estão nascendo “família portadores de uma riqueza humana extraordinária e nós queremos ajudar cada membro destas famílias a viverem em plenitude numa família monogâmica e indissolúvel”.
Para acolher bem as famílias e seus valores, o bispo frisou que a Igreja difunde escolas de família que aprofundam o significado da vida destas novas instituições que estão nascendo. “Na origem destas escolas da Família está o Pontifício Instituto João Paulo II para estudos sobre matrimônio e família que tem uma sede central em Roma e oito sedes à distância como filiais na África, na Austrália, na Coreia, nos Estados Unidos, entre outros lugares, inclusive aqui no Brasil, em Salvador”.
União homoafetiva
ãçéSobre a aprovação no Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira, 5, da união homoafetiva, dom Petrini reafirmou que este assunto não faz parte da pauta da Assembleia da CNBB e esclareceu a posição da Igreja quanto ao significado da família.
“A Igreja não vai fazer uma cruzada sobre esse assunto; não faz parte do estilo da Igreja especialmente nos últimos séculos, mas nós vamos aprofundar cada vez mais a sua proposta que é aquela de permanecer fiel àquilo que é reconhecido como um desígnio de Deus sobre a pessoa e a família”, afirmou.
“A Igreja não vai fazer uma cruzada sobre esse assunto; não faz parte do estilo da Igreja especialmente nos últimos séculos, mas nós vamos aprofundar cada vez mais a sua proposta que é aquela de permanecer fiel àquilo que é reconhecido como um desígnio de Deus sobre a pessoa e a família”, afirmou.
O bispo comentou ainda que a decisão do STF trouxe uma mudança radical para a humanidade e que as pessoas ainda não pararam para pensar sobre o teor do assunto. Ele recorreu ao livro de Gênesis para falar de família e da união homoafetiva. “Está no início da Bíblia, no Livro do Gênesis, nos primeiros versículos a origem e a diferença nos sexos. Não é uma elaboração posterior da parte das culturas humanas. Talvez não avaliamos a importância da mudança que está sendo introduzida estes dias que não é um pormenor da vida. Trata-se de uma alteração na história que é multimilenar e não é exclusividade da Igreja e do cristianismo”.
Dom Petrini afirmou que a Igreja respeita a decisão dos órgãos do Governo brasileiro, mas ressaltou que a nomenclatura “família” para as uniões homoafetivas descaracteriza o verdadeiro significado de família. “A família é outra realidade, tem outro fundamento, se move dentro de outro horizonte e esperamos que seja mantida esta distinção; assim como seria estranho uma pessoa que usasse um jaleco branco fosse chamada de médico, mas não é médico enquanto não tiver certos atributos para poder exercitar a medicina, da mesma forma é estranho também chamar qualquer tipo de união de casamento só porque duas pessoas decidiram morar embaixo do mesmo teto”.
O bispo de Camaçari reafirmou que a Igreja não vai fazer cruzada sobre o tema e que a sua posição é muito aberta para quem quiser acolher ou rejeitar. “Quem quiser poderá acolher ou rejeitar a posição da Igreja. Não vamos dar início a nenhuma cruzada, mas vamos procurar defender aquilo que desde Adão e Eva e até ontem foi sempre uma característica típica da vida em nossas sociedades”.
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A última sessão do terceiro dia de trabalhos da 49ª Assembleia da CNBB foi dedicado ao debate sobre a questão indígena. O assunto foi apresentado pelo bispo da prelazia do Xingu (PA) e presidente do Conselho Indigenista Missionário, dom Erwin Krautler. O bispo de Roraima (RR), dom Roque, também participou da apresentação do tema.
Num texto de onze páginas, intitulado “Senhora, salva teu povo!”, dom Erwin recorda o compromisso com a ecologia a partir do tema discutido pela Campanha da Fraternidade deste ano. “O tema da Campanha da Fraternidade tem os contornos de um desafio e de um imperativo: Construir e reconstruir a Vida no Brasil, no continente latino-americano e no Planeta Terra como Vida em Fraternidade com os Povos Indígenas”, disse.
Em seu comunicado, o presidente do CIMI falou sobre a violência contra os povos e lideranças indígenas; os projetos desenvolvimentistas e os seus impactos sobre as terras indígenas; a criminalização das lideranças dos Povos Indígenas; o ataque aos direitos indígenas instituídos na legislação brasileira; a insuficiência e a baixa execução do orçamento indigenista; a assistência à saúde indígena; educação escolar indígena; o protagonismo dos Povos Indígenas e os Povos Indígenas Isolados. (Leia aqui o pronunciamento de dom Erwin).
Dom Angélico S. Bernardino
Eméritos
Na mesma sessão, o bispo de Santarém (PA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, dom Esmeraldo de Barreto Farias, juntamente com o bispo emérito de Blumenau (SC), dom Angélico Sândalo Bernardino, introduziram o tema sobre os bispos eméritos.
Outros temas
Na primeira sessão de hoje, os bispos fizeram a revisão das atribuições das Comissões Pastorais e aprovaram a criação da Comissão para a Comunicação. Ontem, já haviam decidido criar também a da Juventude, subindo para 12 o número das Comissões Episcopais.
Os bispos também aprovaram a realização da 5ª Semana Social Brasileira. A primeira sessão foi encerrada com o lançamento do livro “Dom Luciano, dom de Deus”, da escritora Margarida Drummond.
Já a segunda sessão da manhã foi toda dedicada aos assuntos de liturgia e à apresentação, para votação, dos textos do missal romano revistos pela Comissão Episcopal para tradução de Textos Litúrgicos (CETEL).
Na terceira sessão da tarde, às 15h40, os assuntos foram relativos aos 50 anos do Movimento de Educação de Base e à comunicação, quando o arcebispo do Rio de Janeiro e presidente da atual Comissão Episcopal Pastoral para a Educação, Cultura e Comunicação, dom Orani João Tempesta, convidou a assembleia para o Seminário de Comunicação para os bispos, nos dias 12 a 16 de julho, no Rio de Janeiro. O arcebispo falou, ainda, da programação do 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação que sua arquidiocese acolhe nos dias 17 a 21 de julho.
Cardeal Raimundo Damasceno Assis
Retiro
O retiro espiritual dos bispos começa na tarde de amanhã sob a orientação do Prefeito da Congregação para os Bispos, cardeal Marc Ouellet. Antes, pela manhã, haverá duas sessões de trabalho. A Sala de Imprensa da Assembleia fecha às 12h30 deste sábado, 7, e volta a abrir na segunda-feira, dia 9. O retiro termina no domingo, com a missa ao meio dia, no Santuário Nacional de Aparecida, presidida pelo arcebispo de Aparecida e presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), dom Raymundo Damasceno Assis.
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