O papa Francisco parte para a
Terra Santa no próximo sábado, 24 de maio, para uma viagem de grande
importância para o diálogo inter-religioso. Percorrerá três Estados em três
dias: A Jordânia; a Palestina e Israel. O papa percorrerá os caminhos da história
para abrir um novo tempo de diálogo e esperança. Apresentamos nesta nossa
rubrica “Sal da Terra, Luz do Mundo” os preparativos e o programa da
peregrinação do Papa Francisco à Terra Santa.
Uma viagem por ocasião do 50º aniversário do
encontro de Paulo VI com o Patriarca Atenágoras ocorrido em Jerusalém em
janeiro de 1964. No encontro com os jornalistas o P. Lombardi, diretor da Sala
de imprensa da Santa Sé, afirmou que “serão simplesmente três dias” de uma
viagem “muito breve e muito intensa, como foram os três dias da viagem de Paulo
VI”.
Etapas
Etapas
As etapas fundamentais desta
viagem são a Jordânia, Amã; Belém, no Estado da Palestina e depois Jerusalém.
Três Estados – Jordânia; Palestina e Israel, três etapas fundamentais. A viagem
do papa Francisco à Terra Santa terá um caráter inter-religioso. Dimensão,
desde logo, demonstrada pela delegação papal:
“Inserimos na delegação, mesmo se
não partindo de Roma, um rabino e um representante muçulmano. O papa quis
consigo, formalmente, como membro da delegação, o Rabino Skorka e o Sr. Omar
Ahmed Abud, Secretário-Geral do Instituto de Diálogo Inter-religioso da
República da Argentina. São duas pessoas que o Papa conhece bem, desde os
tempos da Argentina, com quem cultivou relações de diálogo e de amizade, desde
então, e que participa, com eles deste momento assim importante”.
Preparação
Preparação
Em preparação à viagem do papa
esteve na quarta-feira, dia 14, em Amã,
na Jordânia o cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Pontifício Conselho para
o Diálogo Inter-religioso que juntamente com o príncipe El Hassan Bin Talal,
fundador do Instituto Real de Estudos interconfessionais, assinaram um
documento comum para uma maior solidariedade no mundo. O papel fundamental da
família e da escola na formação das crianças, a importância da educação
religiosa; a necessária consideração da dignidade da pessoa humana; o respeito
pela liberdade religiosa; a convicção de que não é a religião, mas sim a
desumanidade e a ignorância que causam os conflitos – eis alguns dos pontos do
documento assinado em Amã na semana passada no âmbito de um encontro sobre o
tema da educação. O cardeal Tauran prestou declarações à Rádio Vaticano: "Estes
três dias passaram num clima de excepcional abertura e amizade, e isto confirma
que o diálogo inter-religioso inicia sempre com a amizade, para se conhecer,
para se amar um ao outro. O tema geral foi, como se sabe, "como enfrentar
os desafios de hoje através da educação".
Decálogo da cultura
O importante é que este encontro
terminou com a publicação de um "decálogo da cultura", que convida a
nunca renunciar a curiosidade intelectual, a ser humildes e não
intelectualmente arrogantes, conservar a própria autonomia intelectual, diante
da superficialidade do mundo de hoje, perseverar no cuidado à vida interior e
considerar o pluralismo uma riqueza e não uma ameaça.”
Mensagem do papa ao patriarca
Neste clima de preparação à
peregrinação do papa à Terra Santa, registre-se também a mensagem que o papa
Francisco enviou ao patriarca copto-ortodoxo Tawadros II, por ocasião do
primeiro aniversário do encontro que tiveram no Vaticano a 10 de maio de 2013.
Na mensagem o Papa sublinha que “aquilo que nos une é muito maior do que aquilo
que nos separa” e reza para que se possa “continuar o diálogo na caridade e na
verdade para superar os obstáculos que permanecem para atingir uma plena
comunhão”. O papa assegura, no final da sua mensagem, as suas incessantes
orações por todos os cristãos no Egito e no Oriente Médio.
Os muros do coração
Entretanto, na semana passada
quem presidiu à peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de maio em
Fátima, foi precisamente o patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal. Numa
homilia em que reiterou os seus apelos pela paz, sobretudo no Oriente Médio,
afirmou que piores do que os muros de betão são os muros do coração, porque a
paz ou é justa ou não será uma paz verdadeira. No final, convidou todos os
peregrinos de Fátima a visitarem a Terra Santa para fortalecerem a fé e
conhecerem melhor as suas raízes seguindo o exemplo do Papa Francisco.
Programação
da viagem do papa
O papa Francisco parte para a Terra Santa em busca
de um novo tempo de diálogo:
- Dia 24, primeiro dia da
peregrinação, sábado, será dedicado aos encontros na Jordânia com destaque para
a Missa onde será celebrada a Primeira Comunhão de 1400 crianças. Importante
também a visita ao lugar do Batismo de Jesus no Rio Jordão.
- Dia 25, domingo, será dedicado
pelo papa à Palestina, encontrando-se com o presidente Mahmoud Abbas, e a Missa
na Praça da Manjedoura de onde recitará o Regina Coeli dominical. Estará também
com um grupo de refugiados.
- No domingo, à tarde, o papa
chegará ao Estado de Israel. Após o encontro com o patriarca ecumênico de
Constantinopla Bartolomeu, haverá um momento
histórico com a oração ecumênica na Basílica do Santo Sepulcro. No mesmo
lugar, na mesma sala, em que Paulo VI se encontrou com Atenágoras, há 50 anos,
se faz a assinatura de uma declaração conjunta. Depois, os dois transferem-se
ao Santo Sepulcro para aquele que é considerado um evento fundamental nesta
viagem: a celebração ecumênica no Santo Sepulcro.”
O papa e o patriarca chegam – não
juntos – mas por caminhos diferentes, à Praça que está diante do Santo
Sepulcro. Depois, são acolhidos na entrada da Basílica do Santo Sepulcro pelos
três superiores das comunidades: a comunidade greco-ortodoxa, a comunidade
armena-ortodoxa e a Custódia da Terra Santa. O papa e o patriarca veneram a
Pedra da Unção, que se encontra próxima da entrada e dirigem-se aonde está o
Santo Sepulcro. O papa e o patriarca entram no Santo Sepulcro para venerar o
Sepulcro vazio, saem do Sepulcro, abençoam os presentes e dirigem-se depois ao
Calvário, ao Gólgota, acompanhados pelos três chefes das comunidades.
Um momento ecumênico, que é a
grande novidade ecumênica desta viagem: a oração em comum num lugar santo de
Jerusalém, no Santo Sepulcro em particular, é algo que nunca aconteceu antes.
As comunidades cristãs que podem celebrar e rezar nos lugares santos fazem-no –
e sempre o fizeram até agora – separadamente, nos tempos propícios e destinados
às diversas comunidades.
- Dia 26 de maio - de grande
intensidade serão também os encontros no último dia da peregrinação do papa
Francisco na Terra Santa, segunda-feira 26 de maio. O papa Francisco estará na
Esplanada das Mesquitas, terá um momento de oração junto ao Muro das
Lamentações e estará no Monte Herzl para depositar flores no monte que tem o
nome do fundador do movimento sionista.
Homenagem às
vítimas do holocausto
O papa prestará homenagem às vítimas do Holocausto
no memorial Yad Vashem.
Destaque para o encontro com o presidente Peres.
Encerramento
A peregrinação do Papa terminará com uma celebração eucarística no
Cenáculo, com os Ordinários da Terra Santa e
a delegação papal. De helicóptero, o papa dirige-se a Tel Aviv e lá se
despede do Estado de Israel, partindo para Roma, onde deve chegar por volta das
23 horas do dia 26 de maio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário