Dignidade do homem, economia a serviço do bem comum, inclusão social,
luta contra a fome e atenção aos refugiados: esses são os principais
temas da mensagem enviada, terça-feira, 21, pelo Papa Francisco ao
Fórum Econômico Mundial, que se realiza em Davos, na Suíça, até o
próximo sábado, dia 25.
No documento pontifício, endereçado ao
Presidente executivo do Fórum, Klaus Schwab, o Santo Padre faz votos de
que o encontro se torne “ocasião para uma reflexão aprofundada sobre as
causas da crise econômica mundial”, porque – escreve –, apesar de em
alguns casos a pobreza ter sido reduzida, “por vezes permaneceu mesmo
assim uma ampla exclusão social”, e ainda hoje, “a maioria de homens e
mulheres continua a experimentar todos os dias a insegurança, muitas
vezes com consequências dramáticas”. Daí, o convite do Papa a fim de que
a política e a economia trabalhem para a promoção de “uma abordagem
inclusiva que leve em consideração a dignidade da pessoa e o bem comum”.
“É intolerável – escreve Francisco -, que milhares de pessoas continuem a morrer todos os dias de fome, apesar de serem disponíveis notáveis quantidades de alimento que frequentemente são desperdiçadas”. Ao mesmo tempo, o Papa sublinha que “não podemos ficar indiferentes diante de tantos refugiados em busca de condições de vida minimamente dignas e que não só não encontram hospitalidade, mas às vezes, tragicamente, morrem durante o percurso de um lugar para outro”. “Sei que essas são palavras fortes e até mesmo dramáticas – destaca o Santo Padre –, mas elas querem tanto afirmar quanto desafiar a habilidade deste encontro a fazer a diferença”. O que é necessário, reafirma o Pontífice, é “um sentido de responsabilidade renovado, profundo e amplo da parte de todos”, para “servir mais eficazmente ao bem comum e tornar os bens deste mundo mais acessíveis a todos”.
Fazendo suas as palavras de Bento XVI na Caritas in veritate, o Papa Francisco sublinha, ainda, que a igualdade não dever ser somente econômica, mas também deve basear-se em uma “visão transcendente da pessoa”, de modo que se possa obter “uma melhor distribuição da riqueza, a criação de fontes de emprego e uma promoção integral dos pobres que vá além de uma mentalidade puramente assistencialista”.
A mensagem do Pontífice se conclui com um forte apelo: “Peço a todos que façam de modo que a humanidade seja servida pela riqueza e não governada por ela”, na ótica de “uma abordagem ética que seja verdadeiramente humana”, levada avante por pessoas “de grande honestidade e integridade”, guiadas por “altos ideais de equidade, generosidade e cuidado pelo autêntico desenvolvimento da família humana”.
Tendo chegado à 44ª edição, o Fórum de Davos tem a
participação, neste ano, de 2.500 pessoas, dos quais cerca de 40 Chefes
de Estado ou de Governo. Presentes também numerosas ONGs e vários
representantes religiosos: representando a Igreja Católica estão os
cardeais Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e
da Paz; Dom John Onayekan, Arcebispo de Abuja, na Nigéria, e Luis
Antonio Tagle, Arcebispo de Manila, nas Filipinas, além do Arcebispo de
Dublin, Dom Diarmuid Martin. (S
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