Ontem,dia 29, o papa Bento XVI celebrou, na Basílica de São Pedro, a solenidade dos santos apóstolos Pedro e Paulo. Também na celebração, o pontífice fez a imposição do Pálio [estola de lã que representa o símbolo do pastor] a 38 arcebispos metropolitanos, incluindo dois brasileiros, o arcebispo de Belém (PA), dom Alberto Taveira Corrêa; e o arcebispo de Recife e Olinda (PE), dom Antônio Fernando Saburido.
Dom Taveira
O tema da celebração solene foi “Liberdade da Igreja”, contida em toda a liturgia da Palavra de hoje. O papa comentou as leituras do dia e descreveu as provações físicas e espirituais sofridas por Pedro e Paulo e a ação libertadora de Deus, que os conduziu às portas do Céu. Na primeira leitura, é narrado um episódio específico que mostra a intervenção do Senhor para libertar Pedro da prisão; na segunda, Paulo diz-se convencido de que o Senhor, que já o salvou da "boca do leão", o libertará "de todo o mal".
A experiência dos dois Apóstolos é significativa hoje para a Igreja, notou Bento XVI. Analisando os dois milênios de sua história, observa-se que, como tinha preanunciado Jesus, jamais faltaram provações aos cristãos, que em alguns períodos e lugares assumiram o caráter de verdadeiras perseguições.
Todavia, advertiu o papa, as perseguições não constituem o perigo mais grave para a Igreja. O dano maior é representado pela contaminação da fé e da vida cristã de seus membros e de sua comunidade, ferindo a integridade do Corpo místico, enfraquecendo a sua capacidade de profecia e de testemunho e ofuscando a beleza de seu rosto.
Esta realidade é descrita nas cartas paulinas, que narram problemas de divisões, de incoerências e de infidelidades ao Evangelho que ameaçam seriamente a Igreja. Em meio aos perigos, Paulo confortava os fiéis: os homens que realizam o mal "não irão muito longe, porque a própria estupidez será manifestada a todos".
Há então uma garantia de liberdade assegurada por Deus à Igreja, liberdade seja dos laços materiais, que buscam impedir ou coagir a sua missão, seja dos males espirituais e morais, que podem ferir sua autenticidade e credibilidade.
Sobre o Pálio, Bento XVI destacou que se trata de “um penhor de liberdade, analogamente ao 'jugo' de Jesus, que Ele convida a tomar cada um sobre os próprios ombros." Segundo o pontífice, a comunhão com Pedro e seus sucessores é uma garantia de liberdade para os pastores da Igreja e para as próprias comunidades a eles confiadas.
A comunhão com a Sé Apostólica assegura às Igrejas particulares e às Conferências Episcopais a liberdade no que diz respeito a poderes locais, nacionais e internacionais, que podem em alguns casos impedir sua missão por motivos políticos ou ideológicos.
Fonte: CNBB
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