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domingo, 12 de abril de 2015

São Gregório de Narek, novo Doutor da Igreja


São Gregório de Narek foi proclamado pelo Papa Francisco, Doutor da Igreja. Trata-se de um místico armênio, que viveu no final do primeiro milênio e que se tornou conhecido pelos seus escritos e doutrina. O mais amado e mais lido entre os Santos armênios - disse o Papa - soube expressar mais do que qualquer outro a sensibilidade do seu povo, dando voz ao grito que se torna oração, de uma humanidade dolorida e pecadora, oprimida pela angústia da própria impotência mas iluminada pelo esplendor do amor de Deus”, “capaz de transformar todas as coisas”.

A proclamação deu-se por ocasião da celebração do centenário do martírio armênio, realizada na manhã deste II Domingo de Páscoa na Basílica vaticana. O Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, acompanhado pelo Postulador, dirigiu-se ao Santo Padre no início da celebração, pedindo a proclamação de São Gregório de Narek, como Doutor da Igreja universal.

Nascido em uma família de escritores, Gregório de Narek é considerado o primeiro grande poeta armênio e um marco importante na literatura e reflexão cristã; foi autor, entre outras obras, do “Livro das Lamentações”, hoje traduzido em diversas línguas. Através desta obra, o monge quis deixar como testamento espiritual uma autêntica enciclopédia de oração, composta por 95 textos, que deixam transparecer todo o potencial do autor em transformar suas emoções, como o sofrimento e a humildade, em oblações a Deus.

Para este monge armênio, o principal objetivo da vida era a intimidade com Deus, pois só assim a humanidade poderia viver uma vida realmente plena. Uma unidade que era possível, não somente pelo conhecimento, mas também através das emoções.

Gregório nasceu na Armênia pelo ano de 944, e faleceu em Narek (Turquia) mais ou menos em 1005. É um dos grandes poetas da literatura universal. As suas obras-primas se resumem no “Livro das Orações”, uma obra de cerca de 20.000 versos que ele dizia ter composto em três anos.

Entrou ainda jovem para o mosteiro de Narek, governado por Ananias, o Filósofo, seu tio materno. Ali devia passar a vida inteira. Ao ser ordenado sacerdote, foi encarregado de formar os noviços e, ao mesmo tempo, reformar os conventos vizinhos. Tais encargos, que se somaram aos seus talentos, causaram grandes inimizades e perseguições. Ele foi acusado de heresia, para ser deixado definitivamente na sombra. Mas Deus foi em auxílio do seu poeta, comprovando aos seus acusadores que um herege não poderia realizar os prodígios que fazia. (JE/MT)

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