Por Karla Maria e Osnilda Lima, fsp
A Associação Católica de Comunicação, Signis Brasil, fará a
cobertura do 1º Encontro da Amazônia Legal, que vai acontecer em Manaus, de 28
a 31 de outubro de 2013. O destaque é para a forma: de modo integrado, a
cobertura jornalística alcançará dez impressos católicos entre revistas e
jornais, chegando a uma tiragem de cerca de 500 mil exemplares e a 230 rádios
de todo o País, associadas à Rede Católica de Rádio (RCR).
“A relevância deste encontro da Amazônia é muito
grande tanto para a Igreja quanto para o diálogo com a sociedade, nas questões
pontuais ali discutidas. E esta é a nossa missão como veículos católicos”, afirma
a presidente da Signis, irmã Helena Corazza, fsp.
E as questões ali que serão discutidas por lideranças e
bispos dos seis regionais que compõem a Amazônia Legal são muitas, e têm ferido
a dignidade da pessoa humana de diversas formas, além de impactar o meio
ambiente.
No Regional Noroeste, que compreende os Estados do Acre, Sul
do Amazonas e Rondônia, a preocupação está no impacto que os grandes projetos
do governo federal e as Pequenas Centrais Hidrelétricas estão gerando aos
centros urbanos: exploração sexual, impactos às comunidades tradicionais,
ribeirinhas e ao meio ambiente.
Os conflitos de terra também estão presentes. Segundo a
Comissão Pastoral da Terra, atualmente 295 pessoas, entre elas dom Pedro
Casaldáliga, estão ameaçadas de morte, 199, ou 67% delas, encontram-se na
Amazônia Legal.
No Norte 1, que compreende o Norte do Amazonas e Roraima, há
a preocupação com a acolhida a imigrantes haitianos, com as populações
tradicionais e ribeirinhas, com os povos indígenas da Raposa Serra do Sol. Já
no Regional Norte 2, nos estados do Amapá e Pará, bispos, religiosos e agentes
de pastoral estão ameaçados de morte por denunciarem o tráfico internacional de
mulheres, o trabalho escravo em usinas de carvão, os conflitos e interesses em
terras indígenas.
A pobreza, o tráfico de mulheres e o trabalho escravo também
estão presentes nos regionais centro Oeste, que compreende parte do Tocantins,
Goiás e Distrito Federal e Oeste 2, a outra parte do Tocantins e Mato Grosso; e
no Nordeste 5, o Maranhão, que atualmente é o penúltimo Indíce de
Desenvolvimento Humano (IDH) do País.
Cristo aponta para a Amazônia − Para responder a esses
desafios, a Igreja na Amazônia tem abraçado a missão de forma comprometida com
toda a criação e na busca de uma vivência autêntica nas comunidades de fé,
alimentado-se pela Palavra e pela Eucaristia. Em Julho de 2012, na celebração
final do 10º Encontro da Igreja na Amazônia, realizada em Santarém (PA), o
cardeal dom Claudio Hummes, presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, e
os bispos dos regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que
abrangem a região divulgaram uma Carta ao Povo de Deus expressando o
compromisso com a Amazônia. Trecho inicial da carta:
“Expressamos nossa gratidão ao Deus da vida, não obstante
nossas fragilidades, nossa Igreja tem anunciado Jesus Cristo ressuscitado,
caminho, verdade e vida e tem marcado presença junto ao povo sofrido, sendo
muitas vezes a voz dos povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, seringueiros
e migrantes, nas periferias e em novos ambientes dos centros urbanos animando
as comunidades na reivindicação do respeito pela sua história e religiosidade.
É também a vida destes povos, seu modo de viver, sua
simplicidade, seu protagonismo, sua fé que nos encantam! Não faltou o
testemunho de entrega da própria vida até o derramamento de sangue. Este
testemunho nos anima, nos encoraja e nos fortalece. São também protagonistas
religiosos e religiosas, pastorais, movimentos e serviços que tem sido uma
força viva e atuante na realidade das nossas comunidades. ‘Cristo aponta para a
Amazônia’ lembrava o Papa Paulo VI aos bispos da Amazônia por ocasião de seu
encontro em Santarém, de 24 a 30 de maio de 1972, marco indelével na história
da Igreja desta grande região brasileira, habitada por povos de culturas e
tradições tão diferenciadas do outro Brasil”.
João Carlos
Romanini
054 3220 3232
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