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sexta-feira, 27 de março de 2009

Simpósio sobre são Paulo - terceiro dia

Esta foi a Equipe da Família Paulina que organizou o evento. Parabéns!

No dia 26, último dia do Simpósio sobre são Paulo, o tema foi
A formação dos discípulos missionários no mundo urbano à luz do Apóstolo Paulo, abordado por Mathias Grenzer,
Doutor em Teologia Bíblica, professor na Faculdade de Teologia da PUC-SP, Faculdade de Teologia do Unisal (Pio XI) e Faculdade de Filosofia e Teologia Paulo VI. Atua na área do estudo bíblico popular e publicou sete livros por Paulinas, além de diversos artigos em periódicos científicos.

Falou o tipo de discipulado do apóstolo Paulo. Falou de alguns aspectos:
1º O mundo urbano de Paulo.
2º O trabalho do missionário Paulo. A casa ganhou u lugar especial na missão de evangelizar. Casa grande não só para a família, visitantes. O pai funcionava como benfeitor patriarcado do amor. A existência de diversas Igrejas domésticas, a casa servia de célula base da Igreja , para difundir o Evangelho. A preocupação de Paulo era fundar comunidades cristãs. A Igreja, como um todo, se compunha de diversos grupos domésticos. Neste sentido predomina nas cartas paulinas o sentido de família. A família cristã substitui a família natural. O batismo rompe com a vida anterior e inclui na Igreja. A ceia é um ato de solidariedade e exclusividade de servir a Cristo. As comunidades paulinas não eram hierarquizadas. A fé em Cristo aniquila as diferenças sociais.
O culto devia ser conduzido conveniente e cuidadosamente.
3º O discipulado favorecido pelo apóstolo Paulo
Ser discípulo é estar em comunhão com Cristo ressuscitado.
Jesus crucificado estava vivo.
O encontro com o ressuscitado pode mudar a vida de uma pessoa. O conhecimento de Cristo supera tudo. “Por causa dele tudo considero lixo. Fui tocado por Jesus”. Paulo descobriu no conhecimento de e na fé em Jesus a possibilidade de tornar-me justo”. Aos Coríntios dirá Paulo: Deus é fiel
Pois fostes chamados à comunhão com Ele.”
É um ensino que leva a olhar o próximo com os olhos de Jesus. É um novo estilo de vida.
Ao por-se em comunhão com Jesus Cristo a pessoa se sente em comunhão com os demais. Ao estar em comunhão com o Ressuscitado a comunidade já participa da comunhão com a Igreja celeste.
Paulo afirma que a sua autoridade provém de Cristo.
Em caso nenhum o missionário quer dominar a fé dos outros, mas quer colaborar para que os outros tenham alegria.
A carta aos efésios: É Cristo que concedeu a uns serem apóstolos.... da plenitude de Cristo”
A meta do discípulo é ser servo de Jesus por causa dos outros.
Visa-se a uma mudança de mentalidade.
Projeto Pastoral
O palestrante falou da publicação de seu livro de desenhos históricos sobre o mundo de Paulo.
A segunda palestra teve como tema
Eclesiologia e ministérios na experiência de Paulo e de suas comunidades: inspirações para hoje e luzes para a aplicação do Documento de Aparecida nessa área.
O palestrante foi o padre José Comblin.
Sacerdote há 61 anos, nasceu em Bruxelas, Bélgica, e reside há vários anos no interior da Paraíba. Doutor em Teologia, trabalha na América Latina desde 1958. Teólogo de larga experiência, lecionou no Equador, Chile e Brasil e é muito requisitado para cursos e assessoria em vários países latino-americanos. É autor de vasta obra bibliográfica.
Desenvolveu sua fala em quatro pontos.
1.O povo de Deus
A Abraão foi prometido um Povo que representa a humanidade que Deus quer. Abraão não criou uma organização. Viveu caminhando para a formação deste imenso Povo de Deus, a nova humanidade.
Jesus denunciou o sistema de sua época. As autoridades inventaram barreiras que não eram herança de Abraão.
O que é o Povo? É toda a vida humana, uma imensa solidariedade, onde toda a vida está implicada. Não é uma religião. É um Povo, sem dominação cultural, das leis. Um Povo é feito de cidadãos livres. ( Cf Rm 9-11).

2. A Ecclesia
Ecclesia é a assembléia do Povo na cidade.
Depois de Jesus o Povo se espalha pelo mundo inteiro e nasce a nova humanidade. Começa uma nova comunidade. Para conviver, uma convivência fraterna, onde existe amizade, amor mútuo. Paulo diz que nas comunidades o que existe é a ecclesía, ou assembléia de um povo. Significa democracia. A Igreja é uma democracia, sem dominação.

3.Os dons espirituais
O Espírito distribui muitas funções que são dons.
“A um, o Espírito á a palavra de sabedoria; a outro a palavra de ciência, a outro o discernimento, a outro a fé....” (Cf 1Cor 12,8ss)
Em Romanos 12 , Paulo fala da vida no Espírito.
Recordou Dom Hélder, do qual celebramos o centenário de nascimento. Ele dizia: “Agora tem duas palavras proibidas: mandar, exigir. Pedir sim, mandar, não!”
Paulo é o fundador. Tem autoridade.
Em Corinto, alguém o contestou, abertamente. O apóstolo preferiu se retirar.
Paulo podia afirmar a sua autoridade. Mas, vai embora, deixa espaço.
As CEBs são o que mais se parecem com as comunidades paulinas. Ali há diálogo, compreensão..

4. O lugar dos pobres
Na eclesiologia de Paulo, o tema da pobreza é fundamental.
A opção pelos pobres é feita por uma Igreja rica. Se ela é pobre e dos pobres, não precisa fazer a opção. Para Paulo a Igreja é constituída pelos pobres.
“Deus escolheu o lixo do mundo” para fazer uma nova humanidade. Onde se situa a força de Deus? No meio dos pobres.
A força de Deus está aí. Jesus foi tratado assim: crucificado. A cruz era uma vergonha. Jesus vem realizar aquilo que os profetas haviam anunciado: os pobres é que vão fazer o verdadeiro Israel. Mas, aceitar, na prática, é difícil.
Deus está fazendo uma nova humanidade com o lixo do mundo.
O documento de Aparecida não explica em que consiste a missão continental. Que a Igreja volte para os pobres que ela abandonou. Quem pode revigorar a Igreja? Os pobres. A missão é sair das comodidades. A fé se manifesta no agir.





Perguntas respondidas pelo padre Comblin
1. Por que falou das CEBs como se fossem do passado? E hoje?
As CEBs foram condenadas pela Santa Sé como movimentos comunistas. As novas gerações foram educadas como se as CEbs fossem perigosas. Ainda tem uma minoria. Existem os intereclesiais, mas bem diferentes de anos passados. Se tornaram comunidades de culto. A Conferência de Aparecida diz que em alguns países existem. As comunidades foram “paroquializadas”. Apesar disso podem-se continuar as comunidades.
2. Os carismas, como dons também das mulheres, parecem estar sempre sepultados na Igreja...
Os carismas são dons do Espírito. Existem mulheres com grandes carismas nas comunidades. Na Igreja, quem coordena a Paróquia é o padre, a Diocese é o Bispo. O carisma pode aparecer em qualquer lugar.
Quem tem dons espirituais, se expõe à perseguição. Tem que ter uma resistência muito forte.Uma grande fé. Hoje, vivemos na Igreja do silêncio. Os dons devem ser resgatados. Não esconder os dons. Devem ser conhecidos e reconhecidos.






















Um belo momento de oração, no final!

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