O que Paulo me diz hoje?
Não pense que você chegou à perfeição e concluiu sua corrida. Não, você tem ainda um longo caminho a percorrer, mas o tempo é curto. Então, deixando para trás o que você já viveu, prossiga sua corrida em direção à meta que é Cristo Jesus, esperança de glória (cfr Fp 3, 12-14)
A frase paulina que ilumina meu caminho:
“Esta vida que eu vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim” (Gl 2,20).
No seguimento de Jesus Cristo
A minha vocação religiosa tem suas raízes na Eucaristia, na Palavra de Deus e na devoção a Maria.
Foi neste ambiente de fé, simplicidade, trabalho, austeridade nas relações e liberdade de movimento – meus pais tiveram 14 filhos, dos quais sou a 10ª, não tinham muito tempo para acariciar seus filhos e não tinham muitos bens para dar-lhes. Exigiam desde cedo dos filhos responsabilidade, ajuda nos trabalhos domésticos, cuidado dos irmãos menores, ajuda no campo, no cuidado dos animais, ir à escola e voltar logo que havia terminado para ajudar...- que cresci como a flor do campo, respirando o ar puro dos bosques, colhendo frutas silvestres e do pomar, sentindo o perfume das flores, correndo pelas campinas, cavalgando o bom cavalo branco, brincando de boneca, jogando bola, encenando a vida real nas tardes de domingo em que o tempo era insuficiente para esgotar a fantasia infantil em mil manifestações jocosas. A escola e o catecismo deram complemento às lições de casa.
Mas Deus que havia posto seu olhar sobre mim bem antes de meu nascimento, embora eu ignorasse sua escolha, havia já preparado lugar de minha consagração, a Congregação do meu futuro. Sem que eu as conhecesse e sem que elas me conhecessem, quando nos encontramos pela primeira vez na casa de meus pais, ninguém conseguiu me segurar. Foi realmente amor à primeira vista. “Com essas Irmãs eu vou, disse no meu coração, quando as Irmãs Paulinas quiseram me conhecer porque uma tia havia falado a elas de meu desejo de ser religiosa. Na semana seguinte deste encontro eu entrei na Congregação das Irmãs Paulinas em Porto Alegre. Era dia 21 de novembro de 1951, festa da apresentação de Jesus no templo. À incerteza de meus pais de deixar-me partir, meus irmãos diziam: “deixem que vá. Daqui a um mês ela estará de volta”. Passaram-se 57 anos daquele dia decisivo que marcou minha existência e para Nova Alvorada só voltei para visitar os que lá ficaram.
Depois dos anos de formação em Porto Alegre e em São Paulo, aos 20 anos de idade fiz os primeiros votos. Aos 25, os votos perpétuos. Dediquei minha vida ao anuncio do Evangelho com os meios de comunicação social, segundo a missão da Congregação, visitando as famílias para oferecer a Palavra de Deus através da boa leitura, da boa música e do bom filme. Dediquei-me à formação das jovens vocacionadas, à coordenação das atividades apostólicas e das comunidades da Congregação. Vivi no Brasil, na Colômbia e na Itália, onde me encontro atualmente. Hoje aos 70 anos de idade e 50 de vida consagrada, posso fazer minhas as palavras de Irmã Tecla Merlo, Co-fundadora da Congregação:
“Gostaria de ter mil vidas e dedicá-las todas ao anúncio de Jesus Mestre Caminho, Verdade e Vida e de sua Palavra”.
E com o Apóstolo Paulo:
“Tudo o que quero é conhecer a Cristo e sentir em mim o poder da sua ressurreição” (Fp 3,10).
Irmã Maria Antonieta,
com você, louvamos o Senhor
que a amou,
escolheu e chamou
para viver nele e por ele,
levando a Palavra a todos!
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