A tentação, a curiosidade, o temor e, por fim, a graça. São quatro situações que se podem verificar quando nos encontramos diante de uma dificuldade. Sobre cada uma delas o Papa Francisco refletiu durante a missa celebrada na manhã de terça-feira, 2 de Julho, comentando as páginas propostas pela liturgia de hoje (Gn 19, 15-29; Sl 25; Mt 8, 23-27).
Na capela da Casa Santa Marta estavam presentes, entre outros, oficiais e colaboradores da Penitenciaria Apostólica, acompanhados pelo cardeal Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor – o qual celebrou com o Papa – e os funcionários da Pontifícia Academia Eclesiástica com o arcebispo presidente Beniamino Stella, também ele entre os concelebrantes.
O Santo Padre iniciou a homilia evidenciando precisamente a singularidade da liturgia do dia que – disse – faz pensar em certas situações «conflituais», difíceis de enfrentar. Refletir sobre elas, frisou, «far-nos-á bem».
A primeira atitude pode ser indicada na lentidão com a qual Ló responde ao convite do anjo que lhe diz para se apressar a deixar a cidade antes que seja destruída.
A segunda atitude é tirada da narração da fuga de Ló. «O anjo – recordou o Papa – disse-lhe que não olhasse para trás: “Foge e não olhes para trás, vai em frente”. Também aqui está um conselho para superar a nostalgia do pecado». Contudo, às vezes não é suficiente superar a nostalgia «porque – advertiu o Papa Francisco – existe a tentação inclusive da curiosidade. Foi o que aconteceu à esposa de Ló». Portanto, diante do pecado é preciso fugir sem nostalgia e recordar que «a curiosidade não serve, faz mal». Fugir e não olhar para trás porque «todos somos frágeis e devemos defender-nos».
A terceira atitude sobre a qual o Papa Francisco falou é o temor. A referência é o episódio, narrado no evangelho de Mateus (8, 23-27), da barca sobre a qual se encontram os apóstolos e que de repente é investida pela tempestade. «A barca estava coberta pelas ondas – recordou o Pontífice – “Salva-nos, Senhor! Estamos perdidos”, dizem. O temor é uma tentação do demônio. Ter medo de ir frente no caminho do Senhor».
A quarta atitude refere-se à graça do Espírito Santo, que se manifesta «quando Jesus faz voltar as bonança sobre o mar. E todos permanecem cheios de admiração».
Portanto, diante do pecado, da nostalgia, do medo é necessário «olhar para o Senhor – evidenciou o Pontífice – contemplar o Senhor», mantendo aquela «maravilha tão agradável de um novo encontro com o Senhor. “Senhor sinto esta tentação, quero permanecer nesta situação de pecado. Senhor tenho a curiosidade de saber como estão as coisas. Senhor tenho medo...”, mas depois os discípulos olharam para o Senhor: “Salva-nos Senhor, estamos perdidos”. E veio a maravilha do novo encontro com Jesus. Não sejamos ingênuos nem cristãos tíbios: sejamos valorosos, corajosos. Sim, somos débeis mas devemos ser corajosos na nossa fragilidade».
Fonte: www.news.va
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