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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Para Jon Sobrino, “Francisco recupera a profecia na Igreja”

O destacado defensor da Teologia da Libertação, o jesuíta Jon Sobrino, assegurou que o papa Francisco segue um caminho “claro e coerente”, ao mesmo tempo, considerou que todos os cristãos devem ajudá-lo e deixar-se ajudar pelo Pontífice para marcar a mudança.

“Depois de dois meses e meio de sua eleição, o papa Francisco continua seu caminho de um modo claro e coerente”, destacou num artigo, na edição deste mês, de “Cartas a las Iglesias”, uma publicação do Centro Pastoral Oscar Arnulfo Romero, da Universidade Centro-Americana (UCA) de San Salvador.

Para Sobrino, sacerdote salvadorenho-espanhol, os primeiros gestos de Francisco foram “muito pessoais, distintos e contrários aos de seu predecessor e aos da Cúria Romana” porque “ajoelhar-se diante do povo, antes de dar a sua benção, não é coisa pequena”.

Destacou que esses gestos “simpáticos, humanos”, de simplicidade, repetem-se a cada dia, contrastando com o anterior e com “o ar de superioridade e de apoteose”.

Com Francisco, estima Sobrino, respira-se ares de mudança, como do Vaticano II (Concílio reformador, entre 1962-1965) e João XXIII (o Papa bom), embora ainda esteja para ser visto como fará para enfrentar o capitalismo internacional e seus defensores, que “não se intimidam diante de nada”, assim como para “empreender de verdade a reforma da Cúria, que já anunciou contra a rejeição dos curiais, que – salvo milagre – não ficará esperando”.

O teólogo, que foi penalizado e silenciado por Bento XVI, em razão de seus escritos sobre Jesus, também acredita que está para ser visto como abordará os problemas aos quais os papas anteriores “não prestaram a devida atenção” como matrimônios e divórcio, ministério e celibato e a “reparação” que, hoje em dia, é devida a milhares de religiosas estadunidenses “julgadas com ligeireza e sem diálogo”.

“O papa Francisco fala muito bem e de coração sobre os pobres e demonstra compaixão para com os oprimidos. Talvez recupere a profecia, incluindo o falar contra os que matam, embora os amem de coração”, enfatiza.

O sacerdote adverte que provavelmente Francisco “experimentará a necessidade de se envolver nos conflitos deste mundo”, pelo que “caírão duras críticas sobre ele e a Igreja”.

Fonte: site Religión Digital, 06-06-2013. 

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