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terça-feira, 10 de julho de 2012

Faleceu o cardeal Eugênio de Araújo Sales

A Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) informou no fim da noite desta segunda-feira, 9, a morte do arcebispo emérito do Rio de Janeiro, cardeal Eugênio de Araújo Sales, aos 91 anos, vítima de um infarto enquanto dormia em sua casa no bairro do Sumaré, na capital fluminense. “Foi um homem que seguiu Jesus Cristo, que soube estar presente nos momentos do Brasil”, avaliou dom Orani João Tempesta, em entrevista ao Jornal da Globo,  na madrugada da terça-feira.

Dom Eugênio era o cardeal mais velho da Igreja no Brasil. Teve uma presença importante na questão dos refugiados, e foi uma referência para o Vaticano em relação à Igreja no Brasil. “Lembramos de sua atuação na Favela do Vidigal, ajudando os mais necessitados. Foi alguém que nunca deixou a fidelidade ao seu amor à Igreja e ao santo padre”, recordou dom Orani.

Biografia
Dom Eugênio Sales nasceu em Acari (RN) no dia 8 de novembro de 1920, e fez seus primeiros estudos em Natal onde ingressou, em 1931, no Seminário Menor. Os cursos de Filosofia e Teologia foram realizados Seminário da Prainha, em Fortaleza. A ordenação presbiteral ocorreu em dia 21 de novembro de 1943.
Com apenas 33 anos, em 1954, foi nomeado bispo auxiliar de Natal pelo papa Pio XII. Em 1962 foi designado administrador apostólico da Arquidiocese de Natal, função que exerceu até a chegada de dom Nivaldo Monte, em 1965. Em seguida, tornou-se administrador apostólico da Arquidiocese de Salvador e, quatro anos depois, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, pelo papa Paulo VI.

No período em que esteve em Salvador, dom Eugênio foi o criador das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), da Campanha da Fraternidade (CF) e do Movimento de Educação de Base. Foi também um dos primeiros a implantar o diaconato permanente na Igreja do Brasil. No tempo da ditadura militar, realizou, em segredo, diversas ações em prol do abrigo a perseguidos políticos.

Em 1969, dom Eugênio foi criado cardeal pelo papa Paulo VI, e chegou a ocupar cargos em onze congregações na Cúria Romana. Em 13 de março de 1971, foi nomeado para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, função que exerceu até 2001, quando sua renúncia foi aceita por motivo de idade. Ele já estava com 80 anos de idade.
Sua atuação teve como inspiração o seu lema episcopal, fundamentado na Carta de São Paulo aos Coríntios: "Impendam et Superimpendar" (2 Cor 12,15): “De muito boa vontade darei o que é meu, e me darei a mim mesmo pelas vossas almas, ainda que, amando-vos mais, seja menos amado por vós”.

Velório
O velório ocorre durante esta terça-feira, 10, na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro do Rio. Já o enterro ainda não tem data marcada, mas está previsto para quarta-feira, quando o irmão de dom Eugênio, dom Heitor Sales, que foi arcebispo de Natal (RN) voltar de uma viagem à Europa.

Mensagem do Papa Bento XVI
O papa Bento XVI: enviou telegrama de pêsames pela morte de dom Eugênio.
“Recebida a triste notícia do falecimento do venerado cardeal Eugenio de Araujo Sales, depois de uma longa vida de dedicação à igreja no Brasil, venho exprimir meus pêsames a si e aos bispos auxiliares, ao clero e comunidades religiosas, e aos fiéis da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, que por três décadas teve nele um intrépido pastor, revelando-se autêntica testemunha do evangelho no meio do seu povo. Dou Graças ao senhor por ter dado à Igreja tão generoso pastor que, nos seus quase 70 anos de sacerdócio e 58 de episcopado, procurou apontar a todos a senda da verdade na caridade e do serviço à comunidade, em permanente atenção pelos mais desfavorecidos, na fidelidade ao seu lema episcopal: Impendam et superimpendar (Gastarei e gastar-me-ei por inteiro por vós). Enquanto elevo fervorosas preces para que Deus acolha na sua felicidade eterna este seu servo bom e fiel, envio a essa comunidade arquidiocesana, que lamenta perda dessa admirada figura, à Igreja no Brasil, que nele sempre teve um seguro ponto de referência e de fidelidade à Sé Apostólica, e a quantos tomam parte nos sufrágios animados pela esperança da ressurreição, uma confortadora bênção apostólica.”

Fonte: CNBB

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