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domingo, 1 de maio de 2011

"João Paulo II me curou", disse Irmã Marie Simon

Irmã Marie Simon Pierre, religiosa francesa que se recuperou de forma inexplicável do Mal de Parkinson e é peça-chave do processo de beatificação do Papa João Paulo II, explicou à imprensa sua cura e a atribuiu ao falecido pontífice.

"João Paulo II me curou. Foi obra de Deus, graças à intercessão dele", declarou a freira francesa em Aix en Provence (sudeste).
A religiosa, que pertence à congregação das Irmãzinhas das Maternidades Católicas e trabalha em Paris, superou, dois meses depois da morte do Papa, em abril de 2005, todos os sintomas da doença que sofria há quatro anos.

"Não posso dizer o que senti realmente. Foi muito forte, grande demais para explicar em palavras. Estava doente e me curei. Agora corresponde à Igreja decidir e reconhecer se se trata ou não de um milagre", assegurou a religiosa, sorridente, ante as câmeras de televisão.

Seu caso se converteu no principal milagre que consta do processo de beatificação de Karol Wojtyla, passo prévio a sua canonização.

Segundo explica o Vaticano, a irmã Marie Simon Pierre se via cada dia mais debilitada por sua doença no momento em que João Paulo II faleceu.

Em junho de 2005, sua superiora pediu a ela que escrevesse num pedaço de papel o nome de João Paulo II, ela o fez, mas o resultado ficou ilegível. Horas depois, quando a religiosa foi para o quarto dormir, sentiu a vontade de tentar escrever de novo e o resultado foi perfeitamente normal.

"Vi que minha mão deslizava sobre a folha de papel controlando a caneta, quando antes não conseguia escrever nenhuma linha ou pegar a caneta", contou a religiosa.

Horas depois, a irmã despertou no meio da noite e se deu conta de que não sentia dor alguma. No dia 7 de junho parou de tomar medicamentos e um neurologista constatou "com grande surpresa que todos os sinais do Mal de Parkinson haviam desaparecido".

"Desde então, não sigo nenhum tratamento. Minha vida mudou totalmente. Foi como nascer de novo", concluiu.

O silêncio que a freira, que teve a identidade revelada na véspera pelo jornal francês Le Figaro, e as autoridades guardaram durante dois anos se deve ao fato de que a investigação realizada na França precisava da maior serenidade e respeito à vida privada da religiosa.

Depois de sua aparição à imprensa, a irmã Marie Simon Pierre viajou a Roma para assistir a conclusão da segunda fase do processo de beatificação de João Paulo II, que foi celebrado no dia 2 de abril de 2007, exatamente dois anos depois de sua morte.

A investigação sobre cura da religiosa foi conduzida na França durante um ano. Neste momento, a freira se encontra completamente saudável, mas corresponderá ao Papa Bento XVI considerar se sua recuperação é ou não um milagre.

Monsenhor Slawomir Oder, encarregado do relatório da canonização de João Paulo II, explicou que este milagre foi escolhido acima dos outros atribuídos a João Paulo II não por casualidade e sim para demonstrar que o Papa sentia em sua própria pele "a batalha pela dignidade da vida".

O processo de canonização, que sucede ao de beatificação, costuma durar anos, mas, neste caso, pode ser acelerado pelo desejo do Papa Bento XVI.

Nenhuma objeção ao Milagre atribuíco a João Paulo II
A análise do suposto milagre vivido por uma religiosa francesa que sofria do mal de Parkinson, atribuído à intercessão de João Paulo II, atende às exigências estabelecidas pela Congregação para as Causas dos Santos, confirmaram fontes oficiais da Igreja na França.
A Conferência Episcopal Francesa publicou nessa quarta-feira em sua página na web (www.cef.fr) um comunicado do sacerdote Luc Marie Lalanne, chanceler do arcebispo de Aix-en-Provence, em que são desmentidas supostas alegações de que a irmã Marie Simon Pierre teria sofrido uma recaída em sua doença.

“Em nome da Congregação das Pequenas Irmãs das Maternidades Católicas e do Arcebispado de Aix-en-Provence, desminto categoricamente esta afirmação”, diz o padre Lalanne.A irmã Marie Simon Pierre continua a gozar da mais perfeita saúde”, sublinha.
A religiosa de 48 anos, que oferece sua obra de caridade numa maternidade de Paris, está bem, como testemunham diversas pessoas a ela ligadas.

“Conforme declarou recentemente a assessoria de imprensa da Santa Sé, o processo romano referente a esta cura potencialmente milagrosa encontra-se em fase inicial e segue seu curso em condições normais, com toda a seriedade e precisão exigidas para as investigações que precedem o reconhecimento de um milagre”, conclui o comunicado do chanceler.

A investigação diocesana sobre a suposta cura inexplicável da irmã Marie Simon Pierre, que teria ocorrido em junho de 2005, foi conduzida em 2007 pela arquidiocese de Aix-en-Provence, em cuja jurisdição se encontra a maternidade na qual a freira trabalhava na época.

Ainda que Bento XVI tenha concedido a licença para a não observância do prazo mínimo de cinco anos exigido para a condução da causa de beatificação de João Paulo II, o processo está sendo submetido a todas as fases exigidas como em qualquer outro caso, entre as quais está previsto o reconhecimento, por uma comissão médica, de uma cura inexplicável, que em seguida deve ser reconhecida como um “milagre” por uma comissão teológica, por uma comissão de cardeais e bispos e, finalmente, pelo próprio Papa.

O postulador da causa de beatificação de Karol Wojtyła, o sacerdote polonês Slawomir Oder, explicou em 27 de março de 2007 que o caso da irmã Marie Simon Pierre foi escolhido, dentre diversos outros apresentados, por dois motivos: por ela ter sido curada de uma doença que também acometeu o Papa, e porque, uma vez curada, pôde continuar a se dedicar à “batalha pela defesa da vida” na maternidade, como fez o pontífice polonês em seu magistério e ministério.

Fonte: Zenit
João Paulo II

Brasão pontifical de Beato João Paulo II
Nome de nascimento
Karol Józef Wojtyła
Nascimento
Eleição
Entronização
Fim do pontificado
2 de abril de 2005 (26 anos)
Morte
2 de abril de 2005 (84 anos)
Vaticano
Antecessor
Sucessor

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