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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Comunicado de Imprensa "denúncia ao ato de terrorismo internacional"

Publicamos aqui o comunicado de imprensa do Pax Christi Itália, movimento católico internacional, fundado na França com o objetivo de encorajar a reconciliação e a paz entre as nações após a Segunda Guerra Mundial. Hoje, tem estatuto consultivo nas Nações Unidas, na UNESCO e no Conselho da Europa e está presente em mais de 60 países.

No documento, o Pax Christi Itália denuncia o "ato de pirataria e de terrorismo internacional" cometido por Israel na segunda-feira, 31 de maio. Eis o texto.



Comunicado de imprensa

Um ato de pirataria e de terrorismo internacional. Um crime que desta vez é impossível de esconder na habitual impunidade com a qual Israel tristemente nos acostumou. Ainda nestas primeiras horas, o mundo se dá conta não de um crime, mas sim de uma história de crimes repetidos e justificados que despedaça o silêncio da mídia sobre o ataque de Gaza e agora sobre o massacre de estrangeiros que este ataque queria simplesmente lembrar ao mundo.

O Pax Christi Itália também acompanha com perturbação as atualizações das notícias que jamais gostaríamos de comentar, mas sobre as quais a comunidade internacional deverá avaliar, enquanto recolhemos as escassas notícias dos amigos italianos e continuamente atualizamos o número dos mortos, junto com a denúncia da violência terrorista dos agressores israelenses sobre os estrangeiros.

"Freedom Flotilla": 700 pacifistas, jornalistas, personalidades religiosas e políticas provenientes de todo o mundo. Pacifistas pertencentes a organizações não governamentais, ao mundo do voluntariado e da solidariedade, que romperam o ataque e o embargo sobre a população de Gaza e pediam para levar ajuda a essas vítimas que agora exigirão uma resposta precisa das Nações Unidas.

Pedimos a imediata libertação dos pacifistas presos, rompimento imediato do embargo, começando com as ajudas que os navios traziam de todas as partes do mundo. E depois sanções econômicas e uma investigação internacional sobre "um crime que podia e devia ter sido evitado, também porque o bloqueio aos alimentos é total" – como nos disse na manhã desta segunda-feira o pároco de Gaza, padre Jorghe, que, com a comunidade palestina, nos pede não só solidariedade, mas também justiça e coragem na denúncia.

Queremos principalmente sentir que a realidade de um crime que nenhum país gostaria de reconhecer como responsabilidade sua é reportada pela nossa imprensa. Dez mil toneladas de ajudas para um milhão e meio de pessoas que vivem há anos sob embargo total, depois de ter sofrido e ainda não ter se curado do horror e das feridas causadas pela operação Chumbo Fundido, há um ano e meio.

Enquanto os habitantes de Gaza se preparavam para acolher os estrangeiros com festa, no amanhecer desta segunda-feira os militares israelenses atacavam todas as embarcações do comboio, a 75 milhas da costa israelense, em águas internacionais, matando e ferindo dezenas de pessoas no navio turco Mavi Marmara.

Nas próximas horas, não protelaremos a convocação de uma manifestação pública em Roma, em Turim e em cada cidade onde estamos. Porque não nos deixaremos ofender por quem está pronto para distorcer a verdade do massacre falando de "confrontos", enquanto assistimos há anos o culpado boicote à existência de um povo inteiro.

Não calaremos junto a quem espera que o mundo não se dê conta da punição coletiva da qual Israel e também os nossos países são culpados. Qual comentarista irá se perguntar por que Israel pode se permitir toda violação do direito internacional, também a pirataria, também a licença para matar? Há quem se cale e consinta: os EUA, a Europa e os Estados árabes. Quem permite abusos e injustiças, e os silencia, e os justifica, é ainda mais responsável e culpado do que quem comete as injustiças e as violências.

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