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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

3a. Semana Brasileira de Catequese


HOMILIA DOM EUGÊNIO RIXEN – 11/10/2009
Itaici, 3ª. SEMANA BRASILEIRA DE CATEQUESE


Queridos catequistas, queridas catequistas,

Refletimos nestes dias sobre: “A iniciação à vida cristã”. Colocamos de propósito este tema e não simplesmente: “Iniciação cristã”. A catequese é bem mais do que preparar simplesmente para os sacramentos da iniciação. Queremos uma catequese evangelizadora que forma verdadeiros(as) discípulos(as) missionários(as) de Jesus Cristo. Os sacramentos, mergulhando os cristãos no mistério pascal, ajudam a viver a proposta de Jesus.

Depois do 2º. anúncio da sua morte e ressurreição e enquanto os discípulos estavam brigando pelos primeiros lugares, Jesus dá 7 conselhos para segui-los:

- “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos, aquele que serve a todos (Mc 9,35). O discípulo é humilde e serve.

- “Quem não é contra nós, está a nosso favor” (Mc 9,40). O discípulo não tem o monopólio do bem.

- “Quem vos der um copo de água porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa” (Mc 9,41). O discípulo é fiel nas pequenas coisas.

- “Se tua mão te leva à queda, corta-a” (Mc 9,43). O discípulo não escandaliza ninguém e corta o mal pela raiz.

- “O que Deus uniu o homem não separe” (Mc 10,9). O discípulo é fiel nos seus compromissos.

- “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Mc 10,15). O discípulo se torna pequeno para que os outros possam crescer.

E, o último conselho, talvez o mais difícil, é aquele que nós acabamos de ouvir no evangelho deste domingo:

- “Só te falta uma coisa: vai, vende tudo que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. (Mc 10,21).

Os discípulos ficaram espantados com estas palavras. Afinal, não seguiram Jesus para abraçar a cruz. Eles tinham outras motivações vocacionais: ter poder e acumular riquezas. Diante da proposta da pobreza, Jesus disse :
“Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível.” (Mc 10,27).

Hoje, a Igreja canoniza o Padre Damião, da Ilha de Molokai, Apóstolo dos leprosos. Ele entendeu o que significa seguir Jesus, abandonar tudo e viver no meio dos últimos. A vida dos santos continua a servir de modelo para nossos catequizandos no caminho do discipulado.

Queridos catequistas, queridas catequistas, a proposta de Jesus não é uma proposta fácil. Não vamos desanimar se nem todos aceitam a sua proposta. Não vamos nos assustar, se muitos caírem no caminho. Também não vamos adulterar a mensagem ou falsificá-la. Nosso testemunho de vida e a vida da nossa comunidade é a melhor catequese.

A proposta da Iniciação à Vida Cristã num estilo catecumenal precisa ser adotada na catequese mais no seu espírito do que na letra. O importante é que as crianças, os adolescentes e jovens sigam o mesmo caminho dos discípulos de Emaús. O catequista, a exemplo de Jesus Ressuscitado, escute as decepções e as preocupações dos catequizandos, aqueça os corações com a Palavra de Deus, dando sentido aos acontecimentos; convida à partilha e à eucaristia e leva à missão (cf Lc 24, 13-35).

Nossa catequese precisa ser mais vivencial, mais bíblica, mais litúrgica e celebrativa e mais comprometida.

A segunda leitura (Hebreus 4, 12-13) nos fala da força da Palavra. Temos consciência que a Bíblia é o primeiro livro de catequese. É através desta carta de amor que Deus nos fala: “A palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes”.

No sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja (Roma 2008) pude descobrir a força profética e transformadora da Palavra. Aqui, na nossa querida América Latina, muitos derramaram e misturaram seu sangue ou sua vida na terra onde catequizaram. A Palavra de Deus não nos deixa indiferente!

Aprendemos, nesta 3ª. Semana Nacional de Catequese, que o catequista além de ser um bom pedagogo, necessita ser um excelente mistagogo, alguém que ajude a penetrar no mistério de Deus. A descoberta de Deus só é possível na contemplação da criação, nos acontecimentos da vida, especialmente no contato com os pobres, e na meditação da Sagrada Escritura. A catequese precisa propiciar uma verdadeira experiência de Deus, encarnada em Jesus de Nazaré. E tendo os mesmos sentimentos de Jesus que Ele se revela a nós.

Quero ainda lembrar duas frases do Cardeal Cláudio Hummes:
- “Onde há uma boa catequese, a Igreja tem futuro!”
- “Uma das coisas mais bonitas que se pode fazer é ser catequista.”

Que Maria, invocada sobre o título de Nossa Senhora Aparecida, nos conduza a seu Filho.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

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