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quinta-feira, 3 de julho de 2008

Damasco reúne cristãos e muçulmanos em torno da figura de São Paulo


Damasco reuniu por estes dias cristãos e muçulmanos em torno da figura de São Paulo, quando se completam os 2000 mil anos do nascimento do santo que iniciou seu apostolado nesta região do Oriente Médio. O pretexto para conjugar os laços entre as duas confissões foi a declaração do ano 2008 como o ano do Jubileu de São Paulo, oportunidade que as diferentes igrejas cristãs sírias aproveitaram para recordar as marcas deixaram pelo santo em Damasco e arredores. A matéria é da Agência EFE, 29-06-2008. A tradução é do Cepat.
Queremos um jubileu para todos, não apenas celebrar o que aconteceu há 2000 anos, mas mostrar ao mundo como vivem os sírios, muçulmanos e cristãos, em harmonia e tolerância”, assegurou hoje o ministro de Turismo da Síria, Saad Alla Alkala, ao falar desta celebração.
Alla Alkala refletiu sobre o choque de civilizações e lembrou que na Síria as diferentes identidades culturais e credos “não coexistem, mas vivem juntos”, seguindo uma filosofia de convivência que caracterizou o país durante milhares de anos.
A tradição cristã ortodoxa situa no Tel Kaukab, um pequeno enclave a menos de quinze quilômetros de Damasco, no caminho para Jerusalém, o lugar onde São Paulo escutou a mensagem de Jesus Cristo que o converteu ao cristianismo, depois de se ter dedicado a perseguir os seus adeptos no Oriente Médio.
É nesse enclave que agora se levanta a igreja ortodoxa da Visão de São Paulo, onde se iniciaram os atos deste Ano Paulino na Síria, que terminará no dia 29 de junho de 2009.

“A Síria é um lugar que pertence a todos, independentemente de sua confissão religiosa e São Paulo já é, portanto, figura de todos”, disse o patriarca sírio da igreja ortodoxa de Antioquia Agnatios Hazim, no ato que abriu o jubileu em Tel Kaukab.
No mesmo lugar e diante de centenas de peregrinos cristãos, a principal autoridade do islã na Síria, o mufti da república Ahmd Beder Al Din Hassoun, enfatizou que o Oriente Médio “é o berço das principais religiões monoteístas” e deve buscar os nexos que as unem e rechaçar os que as separam.
Patriarcas das diferentes igrejas cristãs junto com representantes da Igreja católica compartilharam com as principais autoridades muçulmanas sírias o início das comemorações que hoje continuarão em Damasco em outro santuário levantado sobre o lugar onde os católicos situam a conversão de São Paulo.
Este santuário guardado pelos frades franciscanos e dirigido pelo espanhol Romualdo Fernández se converterá por estes dias em outro centro de peregrinação junto com a igreja de Ananias, perto dali, na parte antiga da cidade, erguida em memória do discípulo de Jesus que guiou São Paulo em sua conversão.
A Síria “é uma terra em que a história não se mede em décadas ou séculos, mas em milênios”, o que dá uma idéia do percurso histórico de um país cuja capital, Damasco, pode ser considerada “a avó das cidades do mundo”, disse em outro momento o ministro do Turismo.
O governo sírio decidiu apoiar a celebração do jubileu decretado pelo Papa Bento XVI para oferecer ao mundo uma imagem do país desvinculada da tensão que se vive no Oriente Médio e para atrair o turismo religioso vinculado a lugares de culto.
Não em vão a Síria é lugar de “encruzilhada de culturas pela qual passaram mais de 30 civilizações diferentes” que deixaram suas marcas e uma mostra da diversidade humana, acrescentou o ministro do Turismo, Alla Alkala.
Damasco acrescenta aos atos do jubileu Paulino as atividades organizadas em razão de sua declaração como capital cultural do islã em 2008, uma distinção concedida pela organização da Conferência Islâmica.

A Síria, com uma população majoritariamente muçulmana e apenas 10% de cristãos, atraiu no ano passado mais de 4,6 milhões de turistas e em 2008 pretende ultrapassar essa cifra com estas celebrações que terão como protagonistas os símbolos das diferentes culturas e credos que convivem no país.

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