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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Aberta a Porta e acesa a Chama paulina na abertura do Ano Paulino





"POSSA O ANO PAULINO AJUDAR O POVO CRISTÃO A RENOVAR
O COMPROMISSO ECUMÊNICO"


Valorizar a extraordinária herança teológica e espiritual de São Paulo para revigorar o compromisso ecumênico: foi esta a exortação e o encorajamento que Bento XVI fez a todos os fiéis, por ocasião do encontro que teve, dia 28 de junho, com o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I.

Possa o Ano Paulino ajudar o povo cristão a renovar o compromisso ecumênico, e se intensifiquem as iniciativas comuns no caminho para a comunhão entre todos os discípulos de Cristo.”

O Papa disse que São Paulo nos indica “um caminho seguro para manter a unidade" e, no caso da divisão, para recompô-la.

Bartolomeu I, patriarca de Constantinopla presente na abertura do Ano Paulino


No encontro fraterno com Bartolomeu I, Bento XVI deu destaque à figura do Apóstolo dos Gentios, destinado “a promover uma reflexão cada vez mais profunda sobre a herança teológica e espiritual deixada à Igreja” por São Paulo, com a sua "vasta e profunda obra de evangelização”.


Bento XVI destacou que a presença de Bartolomeu I foi certamente um sinal encorajador do caminho para a comunhão, reiterando que a troca de visitas por ocasião da celebração dos Santos Pedro e Paulo, Padroeiros da Igreja de Roma, assim como de Santo André, Padroeiro da Igreja de Constantinopla, “são sempre ocasiões importantes para conversações fraternas e momentos comuns de oração”.


O Papa manifestou alegria pela convocação, também por parte do Patriarca Ecumênico, de um Ano Paulino: “Esta feliz coincidência – disse Bento XVI – evidencia as raízes da nossa comum vocação cristã e a significativa sintonia, que estamos vivendo, de sentimentos e de empenhos pastorais. Por isto, dou graças ao Senhor Jesus Cristo que, com a força do seu Espírito, guia os nossos passos para a unidade”.


O papa sublinhou que “São Paulo nos lembra que a plena comunhão de todos os cristãos encontra o seu fundamento em um só Senhor, uma só fé, um só batismo”, e acrescentou: “No nosso mundo em que se está consolidando o fenômeno da globalização, mas que apesar disto, continuam a persistir divisões e conflitos, o homem sente uma crescente necessidade de certezas e de paz”.


Mas, ao mesmo tempo, disse o papa, "as indicações do Apóstolo são propícias para encorajar os esforços destinados à busca da plena unidade dos cristãos, tão necessária para oferecer aos homens do terceiro milênio um testemunho cada vez mais luminoso de Cristo, Caminho, Verdade e Vida”. Só em Cristo e no Evangelho - observou o papa – a humanidade pode encontrar resposta às suas expectativas mais íntimas”.
Por sua vez, o Patriarca Bartolomeu I agradeceu Bento XVI pelo convite a participar na abertura do Ano Paulino e lembrou a histórica visita do Bispo de Roma ao Patriarcado Ecumênico, em Istambul, em novembro de dois anos atrás. “Estas visitas, disse o Patriarca Ecumênico, ofereceram a possibilidade de encontros fundamentais entre as nossas Igrejas. Eventos que são a expressão tangível de uma mais aprofundada comunicação através do diálogo teológico, na orante esperança de uma plena comunhão sacramental no Corpo de Cristo".


Abertura da Porta Paulina

O “Ano Paulino” estende-se até 29 de junho de 2009, procurando dar a conhecer uma das figuras mais importantes no nascimento e expansão do Cristianismo. A cerimônia de abertura foi presidida pelo papa, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na qual foi aberta uma “Porta Paulina” (semelhante à Porta Santa), dando assim início às peregrinações a locais escolhidos (12 em Roma).

Acesa a Chama Paulina

Foi acesa a Chama Paulina que arderá ao longo de todo o ano.

Homilia de Bento XVI

Na sua homilia, o papa deu destaque à figura de Paulo como “Mestre dos Gentios”, palavra que se abre ao futuro, a todos os povos e a todas as gerações. "Paulo não é para nós uma figura do passado, que lembramos com veneração, mas é também o nosso mestre, apóstolo e anunciador de Cristo também para nós”.Paulo quer falar conosco hoje, e por isto eu quis convocar este Ano Paulino especial: para ouvi-lo e para aprender agora dele, como nosso mestre, a fé e a verdade nas quais estão radicadas as razões da unidade dos discípulos de Cristo. Nesta perspectiva eu quis acender, para este bimilenário do nascimento do Apóstolo, uma especial «Chama Paulina» que permanecerá acesa durante todo o ano... Para dar solenidade a este evento inaugurei a chamada “Porta Paulina” pela qual entrei na Basílica acompanhado pelo Patriarca de Constantinopla, pelo cardeal Arcipreste e por outras autoridades religiosas”.


Falando de Paulo como homem combativo, que sabe manejar a espada da palavra, o papa frisou o que o próprio Apóstolo diz na carta aos Tessalonicenses:

“Ousamos pregar-vos o Evangelho de Deus em meio de muita contradição, mas nunca usamos de adulação, nem fomos levados por interesse algum”.

A verdade, disse Bento XVI, era para ele grande demais para estar disposto a sacrificá-la em vista de um sucesso externo”. O papa falou também da relação entre amor e liberdade, entendendo a liberdade não como livre arbítrio, como possibilidade de fazer o que se quer, mas de agir segundo a verdade.“A Igreja, disse Bento XVI, não é uma associação que quer promover uma determinada causa. Nela não se trata de uma causa, mas da pessoa de Jesus Cristo, que mesmo depois de ressuscitado permanece sendo “carne” e está pessoalmente presente na sua Igreja como “chefe e corpo” dado por nós no mistério eucarístico".

Homilia do patriarca de Constantinopla
O patriarca Bartolomeu I pronunciou uma breve homilia na qual destacou que a “a conversão radical e o querigma apostólico de Saulo de Tarso sacudiram a história no sentido literal do termo e esculpiram a própria identidade cristã”: fazendo o conúbio entre língua grega e mentalidade romana do seu tempo Paulo despojou a cristandade, de uma vez por todas, de toda limitação mental, e forjou para sempre o fundamento católico da Igreja ecumênica”.


(Fonte: RV)

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