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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Perfil do Apóstolo Paulo (I)

Quem é Paulo?

Paulo nasce em uma família judia de Tarso, na Cilícia (atualmente no leste da Turquia), pouco antes do ano 10 da era cristã.

Recebe o nome bíblico de Saulo e o nome romano de Paulo (seu pai, tendo adquirido a cidadania romana talvez quisesse manifestar alguma desconhecida gratidão às gentes dos Pauli).


Educação em Jerusalém

“Como discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da Lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso da causa de Deus” (At 22,3).

Pelo que dizem os Atos, ele é “fariseu e filho de fariseus” (At 23,6) e “circuncidado no oitavo dia” (Fl 3,5-6).

Perseguidor

Durante o martírio de Estêvão, “as testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem, chamado Saulo. [...] Saulo estava de acordo com a sua execução. Naquele dia começou uma grande perseguição contra a Igreja” (At 7,58.8,1).

Saulo, que defendia com zelo “as tradições paternas” (Gl 1,14) pode até ter feito parte dos zelotes (At 22,3), e isso explicaria a expedição a Damasco à caça dos missionários helenistas que contestavam o Templo, como Estêvão, para “forçá-los a confessar, muitas vezes por meio de torturas” (At 26,11). Isso esclarece dois episódios estranhos: Paulo mal se agrega à Igreja de Jerusalém e, em seguida tem de fugir de ameaças de morte (At 9,26-30); mais tarde, quarenta judeus jurarão assassinar Paulo, então prisioneiro dos romanos (At 23,12-22), e sabe-se que o partido zelote punia aqueles que traíam seus juramentos.

A conversão/vocação

Os Atos transcrevem a célebre frase ouvida no caminho para Damasco: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9,4).O relato que o próprio Paulo faz sobre a aparição do Ressuscitado trai uma grande agitação interior, conforme às vocações/conversões proféticas do Velho Testamento, portadoras também de uma missão: “Quando, porém, aquele que me separou desde o ventre materno e me chamou por sua graça se dignou revelar-me o seu Filho, para que eu o pregasse entre os pagãos, não consultei carne nem sangue” (Gl 1,15-17).


O Evangelizador dos pagãos

A “conversão” radical de Saulo não representa para ele uma mudança de religião: ele se sente mais judeu do que nunca, uma vez que é o “Deus de seus antepassados” que o manda pregar o Evangelho. O evangelizador dos pagãos continuará a pregar aos judeus o quanto possível, até seu último chamado de atenção, em Roma.


A conversão e o batismo de Paulo significam que ele descobriu seu verdadeiro e justo lugar na vida de Israel.Ignora-se a data desse acontecimento capital; a Carta aos Gálatas poderia indicar os anos 33-35, pouco depois da constituição da primeira Igreja, em Jerusalém, criada em torno de “Pedro, com os Onze” (At 2,14).


Depois de sua “conversão”, na estrada para Damasco, Paulo atravessa parte da Ásia Menor (a atual Turquia), da Síria e da Arábia (a atual Jordânia), até Jerusalém, antes de se dirigir para a Europa, indo à Grécia e, enfim, a Roma. É razoável datar suas viagens num intervalo de alguns anos em torno do ano 50.

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